Milito pela construção de uma nova sociedade. Que seja o mais velha possível, que inverta o relógio do tempo e observe os valores de sociedades que viviam nas florestas e ao mesmo tempo possam interagir com a velocidade que esta nossa civilização desenvolveu, relativizando-a.
Penso em socialismo, mas não me arrisco a dizer que sei do que se trata considerando os nossos fracassos na construção do que chamamos até agora de socialismo. Mas quero envolver o maior numero de pessoas que eu puder convencer na construção de algo que vá além do sistema dominante, este que foi mudando de nomes através dos tempos e sempre deu um jeito de
marginalizar e maldizer os homens e mulheres que juntos construíram alternativas criativas, integradoras de outras e diversas formas de vida, além da humana, sociedades que entenderam a riqueza de forma mais ampla, sociedades que recriaram a vida com amor ao outro na sua
manifestação de beleza e na sua liberdade de ser, que interagiram com várias competências e entenderam que esta é a riqueza que ai se encontra o maior prazer e a alegria, pessoas que se lapidaram, que tiveram competência e sabedoria para reinar, para comandar, para enganar, mas
escolheram outro poder, o poder de multiplicar o saber, o poder de interagir com o meio sem esgota-lo, o poder de transformar junto com a natureza, seja ela humana, mineral, vegetal.
Qualquer que seja o nosso entendimento e nossa ação, considerando a natureza será mais rica, mais emocionante.
Poderíamos até mesmo dar continuidade a todos os avanços da ciência em termos de satélites, de aeronaves espaciais, de informática, mas nunca seremos felizes e inocentes enquanto investirmos nestas tecnologias para acumular poder, excluindo e escravizando, tornando empregados, milhares de seres humanos e destruindo outros que guardam na sua natureza tecnologias de uma complexidade e de uma utilidade, se respeitados seus limites ecológicos, inalcançável pela ciência humana. não temos como fazer melhor do que a natureza, então temos que aprender com ela e nos render às suas leis. Os seres disputam no reino vegetal, reino animal, mas sabem exatamente o limite de sustentabilidade e não alienam seus pares.
Gosto da nossa civilização, gosto das cidades, mas sei que não posso viver sem a natureza e amo o campo, a vida viva dos rios, a floresta, as idéias de cada semente, a interação entre os reinos da natureza e a atuação sustentável dos humanos, este ser tão complexo e pretensioso, que não decide se quer ser um coordenador desta fabulosa idéia que é o planeta terra, ou quer ser o seu câncer, na tentativa de viver dele até que ele se esgote completamente. Vou morrer acreditando e por este sonho vou morrer vivo, lutando.